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    A prostituta que me provou o teste

    Izidro Dimande - Moçambique


    Sexta-feira. Na cidade. Meia-noite. Lua cheia. Verão de Dezembro.
    As miúdas alegres na carne masculina que enfileirava a rua delas. Os guardas mais ricos ficavam no aluguer dos sítios.
    Eu (Mbopene), Xiguimane, Muzila vestidos de roupa de passeio descemos a cidade baixa com a ejaculação na mente. Mente esta que estava alcoolizada de tantas garrafas derrubadas no covil da Xitique. Mulher incerta e experiente na arte de vender aos assalariados que mês á mês colhia do cantineiro, do camionista que chegava ao mercado vender hortícolas e legumes, do armazenista que descarregava vagões de produtos contrabandeados, do mulungo do escritório.
    Descemos nos cânticos de alegria e no provoco dos inocentes que cruzaram caminho com os três assalariados.
    Mulheres expostas na rua como se de manequins das lojas fossem caminhavam em direcções incertas a vender o que entre as pernas lhes é sagrada.
    No silêncio dos homens atenciosos e na boca larga do Muzila ouviu-se uma frase grave, aterrorizadora, inerte, grossa, má, que deixou os homens de verdade silenciosos, as mulheres da rua a vociferarem, os seguranças das boates a entrarem na zaragata.
    - Calma ai! Não foi isso que ele queria dizer e não se referia a senhora.
    - A quem dizia, eu ouvi, foi esse cão duma figa que disse.
    - Vais apanhar que nunca viste hoje, nos estão aqui a fazer a vida e tu se não queres nada fica em tua casa. Seu nquenho.
    - Pega ai, e vocês não se metam se não apanham também, leva o gajo para lá em cima. E vocês ficam aqui. Quem seguir apanha, juro mesmo. Este tipo vai aprender.
    Sumiu na escuridão da garagem daquele edifício. Fiquei lúcido. Pensei na polícia. Pensei em fugir. Pensei na milícia. Pensei.
    - Agora vás dizer de novo aqui que disseste na rua ou vás fuder com a malta.
    - Juro que não dizia a vocês.
    Gritos de dor, de tristeza, de amparo. Ninguém ouve. Fraqueza do homem.
    - Tira-lhe as calças e a camisa e a cueca se tiver.
    Nu. Amarrado contra dois postes de canalização de água ali colados a parede. Gritava. A primeira tirou a calcinha. Nua ia ficando. A outra apalpava-lhe o que o homem preserva. Outra metia um lencinho a boca para lhe silenciar. Apalparam-lhe. Acariciaram-lhe. Chuparam-lhe como se de rebuçado fosse.
    Ficou erecto mesmo com dor. Calou-se com lágrimas de medo.
    - Vais dizer mas aqui?
    Silencio mudo.
    A nua segurou-o e introduziu na miúda. Fez movimento que animais em cio, sentiu
    prazeres, gemiam na doçura do acto sexual. Ia perdendo o directo ao medo, ia perdendo o medo a vida, ia ficando com mas prazeres.
    Saiu e entrou a outra, mas brava na arte de satisfazer o cliente mexeu com tudo, sentiu sua vagina delirar, sentiu sua vagina amadurecer, sentiu o pénis fazer-lhe sentir o prazer da vida. Mijou.
    - Agora vai dizer aos teus amigos aquilo que você pronunciou na rua. Saíram de volta ao serviço. Feliz e ele enforcado com o sexo grátis.
    Teve medo de voltar a ver seus amigos, quando no fundo da escuridão ouviu vozes se aproximando em seu auxílio.
    - Então? O que te fizeram Muzila.
    - Sexo sem protecção.
    - Vamos a policia faz queixa, se te transmitiram o sida a força.
    Um ano depois enquanto Muzila cuidava dos seus afazeres, surgiu uma mulher com meia-idade, a cara era linda, o vestuário a medida. Perguntou quando custava o produto olhando para a prateleira ao lado.
    Quando os olhos se cruzaram, Muzila ficou minutos a discernir suas lembranças.
    - Conheço a senhorita de algum lado.
    - Todos me conhecem.
    - Mas não me recordo.
    Pagou a conta e saiu. Minutos depois Muzila seguia para confirmaram o local.
    - Desculpa senhorita, trabalha na baixa da cidade?
    - Onde?
    - Desculpe, na rua!
    - Sim, porquê? Já estivemos juntos.
    Silêncio.
    -Sim, recorda do jovem que a um ano foi obrigado a fazer sexo por ter ofendido três senhoritas e os homens todos ali presentes ajudaram-nas.
    - Sim lembro-me.
    - Sou eu!
    Silencio. Olhares. Perguntas por fazerem-se.
    - Como está?
    - Casada há 6 meses com um estrangeiro e mãe de um bebé de três meses.
    - A tua amiga que também me possuiu.
    - Morreu!
    - De doença?
    - Não foi isso que levou a te possuirmos, de desconfiar que nos éramos umas cheias de SIDA.
    - Foi!

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